Fernanda Sene
CUIABÁ MAIS
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Um estudo publicado em março deste ano por pesquisadores da University of South Australia (UniSA) sugere que exercícios físicos regulares podem ser mais eficazes do que medicamentos para o tratamento de condições de saúde mental, como ansiedade e depressão.
A publicação reforça a importância da prática diária de exercícios para a prevenção de doenças e para proporcionar bem-estar físico e mental. Os pesquisadores querem que a atividade física se torne uma abordagem essencial no controle da depressão, já que o estudo mostrou que a atividade física é 1,5 vez mais eficaz do que os principais medicamentos ou até o aconselhamento.
Os resultados indicam que todos os tipos de exercícios foram benéficos para a saúde mental, incluindo a atividade aeróbica, como caminhada, musculação, pilates e ioga. No que diz respeito à depressão e ansiedade, exercícios de maior intensidade tiveram maior impacto, assim como atividades com duração mais longa.
“O Brasil lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, e, ainda sim, quadros da doença são vistos com desconfiança, vergonha e julgamento. Infelizmente, é comum ouvir adjetivos para desqualificar as queixas dos sintomas de depressão como: frescura, fraqueza, mimimi e até mesmo falta de fé. Este tipo de atitude é cruel, potencializa o sentimento de dor e abandono das pessoas que já estão em uma situação vulnerável. É importante ter empatia pelo outro. Problemas com a saúde mental devem ser levados a sério e tratados”, enfatiza Gustavo Imianowsky, Mestre em Psicologia Social pela PUC, coordenador e professor do curso de Neurociências & Comportamento na Faculdade UNIGUAÇU.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno. A OPAS/OMS aponta ainda a importância da genética em algumas formas de depressão, apesar de indivíduos sem histórico familiar também apresentarem o transtorno. A gravidade, frequência e duração variam de acordo com cada pessoa e suas condições psíquicas.
“A atividade física é o melhor remédio e investimento para prevenir doenças, ajuda a manter o bem-estar físico e mental (ameniza sintomas de estresse e ansiedade). Estar em movimento aumenta a resposta do sistema imunológico, é uma maneira eficiente para controlar casos de pressão alta, diabetes e depressão, possibilitando até mesmo a diminuição de medicamentos. Uma pequena mudança nos hábitos é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida. Isso pode, inclusive, impulsionar a carreira profissional ", ressalta Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.
É possível perceber o quanto o exercício pode melhorar a qualidade de vida. E esses benefícios podem ser alcançados independentemente da idade, da condição física passada ou atual e do nível econômico e social. A pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine, mostra que as intervenções de exercícios de até 12 semanas foram as mais eficazes na redução dos sintomas relacionados aos problemas de saúde mental, incluindo o alívio de ansiedade e angústia, destacando a velocidade com que a atividade física pode trazer uma mudança.
Ainda segundo estudo realizado pela Docway, empresa especializada em soluções digitais, houve um crescimento de 22,1% nos atendimentos totais de telemedicina e de 1.290% nas consultas de psiquiatria e psicologia em 2022. Houve um salto de 2852 atendimentos para 35.898 no ano passado em comparação ao ano anterior com uma elevação de 36,5% nos diagnósticos de pacientes com transtornos de ansiedade.
Precisa de mais motivos para iniciar a sua jornada de atividade física? Eduardo listou oito benefícios de investir na prática de exercícios. Saiba quais são:
1) Reduz a ansiedade e a depressão.
2) Combate de doenças crônicas.
3) Melhora a qualidade do sono.
4) Pode e deve ser uma forma de entretenimento.
5) Ajuda a manter o alto astral.
6) Controla o peso corporal.
7) Melhora o desempenho profissional.
8) Propicia longevidade.