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Turismo e Cultura Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 00:00 - A | A

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Turismo e Cultura / LAZER E SUSTENTABILIDADE:

Dia do Turista: ecoturismo transforma viajantes em aliados da conservação em Mato Grosso

Turismo de observação de aves e onças-pintadas contribui para preservação da biodiversidade

Yasmim Di Berti | Assessoria/Sedec
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No Dia do Turista, 13 de junho, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) destaca o papel estratégico do turista na preservação ambiental, na geração de emprego e renda e na valorização das comunidades locais por meio do ecoturismo.

Principal segmento turístico do estado, o ecoturismo está presente em pelo menos 25 municípios mato-grossenses. A diversidade de paisagens e a presença de três biomas – o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia – posiciona Mato Grosso como um dos principais destinos de natureza do país.

Esse potencial se reflete também nos indicadores econômicos. Entre janeiro e novembro de 2024, o turismo mato-grossense gerou 3.023 novos empregos formais, número 27,4% maior do que o registrado em todo o ano anterior. O crescimento também se deu no turismo internacional: segundo a Embratur, a entrada direta de estrangeiros no estado cresceu 19,07% em 2024. O número real é ainda maior, considerando turistas que chegam via outros estados ou por aviões particulares, modalidade expressiva em Mato Grosso, que está entre os três estados com maior frota de aviação privada do Brasil.

Maria Letícia Costa, secretária adjunta de Turismo da SEDEC, celebra a diversidade natural do Estado.

“Apresentamos nosso estado dividido por polos, devido à sua grandiosidade: Polo Pantanal, Polo Cerrado, Polo Amazônia e Polo Araguaia. Essa diversidade envolve vários segmentos como observação da vida silvestre, safáris, flutuação, aventura, pesca esportiva, entre outros, com inúmeras riquezas naturais, o que posiciona o ecoturismo como um dos principais motores do turismo do estado”, pontua.

Dentre estes segmentos, um tem se destacado nos últimos tempos: o turismo de observação. Além de promover o contato com a biodiversidade, atua como ferramenta de educação ambiental e de conscientização sobre a preservação das espécies. Em Mato Grosso, destacam-se dois segmentos principais: a observação de aves (birdwatching) e a observação de onças-pintadas no Pantanal.

Observação de aves

Mato Grosso é referência nacional em birdwatching. De acordo com a plataforma eBird, o estado abriga 909 espécies de aves — mais da metade das 1.818 registradas no Brasil. No Global Big Day 2025, maior evento mundial da atividade, Mato Grosso ficou em 2º lugar nacional em número de espécies registradas (760) e, em junho, alcançou o 3º lugar, perdendo apenas para Pará e Amazonas.

A cidade de Poconé lidera a visitação para esse tipo de turismo, concentrando 27,46% dos observadores. Os meses de julho e agosto são o auge da temporada, atraindo visitantes do Brasil (67,91%), Estados Unidos (20,9%) e Reino Unido, Espanha e Argentina.

Entre as aves mais avistadas estão o tuiuiú, arara-azul, socó-boi, mutum-de-penacho, gavião-belo e ariramba-de-cauda-ruiva. O crescimento mundial da prática é estimado em 12% ao ano e, somente nos Estados Unidos, o setor movimenta mais de US$ 40 bilhões anualmente. Para atender à demanda crescente, a Secretaria Adjunta de Turismo preparou, neste ano, um plano de qualificação para guias e condutores, atendendo às prefeituras interessadas em desenvolver roteiros especializados.

A presença do observador de aves vai além do lazer: ele é parte essencial do processo de conservação ao gerar dados relevantes para pesquisas científicas, estimular políticas públicas de preservação e fortalecer a economia de regiões que antes não integravam o circuito turístico tradicional. O interesse crescente por esse tipo de atividade amplia a visibilidade de espécies ameaçadas e incentiva a valorização de áreas naturais, promovendo o uso sustentável dos recursos locais.

Observação de onças-pintadas

Outro atrativo de destaque é a observação de onças-pintadas em seu habitat natural. O melhor período para observação vai de julho a setembro, durante a seca, quando os felinos se aproximam das margens dos rios.

Para ampliar a visibilidade internacional desse patrimônio natural, o Governo do Estado, em parceria com a Embratur e o Sebrae, promoveu em maio deste ano um famtour com sete operadoras de turismo dos Estados Unidos e Canadá, com visitas à Fazenda Maués, Baía de Siá Mariana e atrativos culturais como o Museu da Viola de Cocho. Essa iniciativa visa inserir o Pantanal na rota do turismo de safári mundial.

O turista que se interessa pela vida selvagem desempenha um papel fundamental na conservação do Pantanal. Sua visita estimula o cuidado com as áreas protegidas, gera renda direta para as comunidades locais e cria demanda por experiências autênticas e sustentáveis.

A visibilidade da fauna pantaneira também tem ganhado destaque por meio da produção audiovisual. Com investimento de R$ 3,5 milhões do Governo de Mato Grosso, o documentário “Marcha das Onças”, dirigido por Lawrence Wahba e Mike Bueno, e com supervisão do cineasta francês Emmanuel Priou, vencedor do Oscar por ‘Marcha dos Pinguins’.

O documentário acompanha a história das onças Jaju, Âmbar e Marcela no Parque Encontro das Águas. A obra será uma importante ferramenta para apresentar a beleza e a complexidade do Pantanal ao público internacional.

A participação do turista, tanto no birdwatching quanto na observação de onças, é decisiva para manter os biomas vivos e valorizados. Ao escolher esses roteiros, o visitante contribui diretamente para a conservação das espécies, incentiva práticas econômicas sustentáveis e ajuda a manter tradições locais ligadas à natureza.

“A presença do turista que está preocupado com a preservação ambiental é essencial na preservação do ambiente. Se o turista chega com essa visão e valoriza a natureza, automaticamente vamos estar em um ambiente que é sustentável e que gera renda para as comunidades locais. Quanto mais preservado for o ambiente, mais atrativo ele se torna. Isso fortalece o sentimento de pertencimento das populações locais e incentiva práticas de conservação”, enfatiza a Secretária Adjunta. Maria Letícia Costa.

Ela também destaca que o ecoturismo tem potencial para dialogar com outros segmentos em crescimento no estado.

“Mato Grosso tem a possibilidade de diversificar a atratividade turística, casando o turismo de negócios com o ecoturismo. Hoje nós percebemos que quem vem a trabalho também procura pelo ecoturismo, o que acaba incrementando ainda mais o setor”, completa.

A secretária adjunta ainda reforça que o turismo sustentável tem sido um instrumento eficaz de inclusão e desenvolvimento regional. “O turismo sustentável permite que as regiões menos exploradas se tornem atrativos relevantes. Por meio da capacitação, do envolvimento das comunidades e do apoio a iniciativas locais, o turismo sustentável promove inclusão socioeconômica e fortalece a identidade regional”, finaliza.

 



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