Liane G. Zaidler
CUIABÁ MAIS
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A Conib repudia veementemente declarações do ex-deputado José Genoíno, que, em live para o site Diário do Centro do Mundo (DCM), pediu boicote contra “empresas de judeus”. É uma fala antissemita, e o antissemitismo é crime no Brasil. O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto. A Conib mais uma vez apela às lideranças políticas brasileiras que atuem com moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio pois suas falas extremadas e em desacordo com a tradição da política externa brasileira podem importar as tensões daquela região ao nosso país.
NOTA DA FEDERAÇÃO ISRAELITA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Petista condenado no Mensalão, José Genoíno sugere boicote a empresas de judeus*
No último sábado (20), durante o programa “Sabadão do DCM”, o ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, José Genoíno, condenado no mensalão, sugeriu o boicote a empresas ligadas a judeus e que o Brasil corte relações comerciais com o Estado de Israel.
Além de criminosa, a fala antissemita de Genoíno remete a filosofia de Adolf Hitler. O boicote a judeus foi a primeira ação coordenada do regime nazista contra os judeus na Alemanha.
A Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP) afirma o seu repúdio, ao ver que constantemente, figuras importantes do Partido dos Trabalhadores e que exercem influência no governo federal se utilizam dos mesmos discursos que flertam com o nazismo e o fascismo e que foram condenados pelo próprio PT há pouco tempo.
Destacamos que nas relações comerciais entre Brasil e Israel, estão cerca de 450 empresas, com contratos de longo prazo, trabalhando, colaborando e ativamente investindo no setor de Tecnologia e Inovação, fundamentais para o desenvolvimento do Brasil.
Ao evidenciar a origem judaica de empresas e pedir seu boicote, Genoíno revela a sua covardia e o seu viés antissemita.
O que nos preocupa ainda mais é o silêncio dos dirigentes do partido que o acolhe. Líderes que se dizem defensores da democracia não podem concordar com mais este ataque, que busca atingir pessoas apenas pelo fato de serem judeus ou judias.
O antissemitismo merece total reprovação. Esperamos, mais uma vez, a retratação e principalmente o repúdio das pessoas de bem que defendem os valores da paz e da democracia.
NOTA DA CÂMARA BRASIL – ISRAEL (BRIL CHAMBER)
A Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria (BRIL Chamber), fundada há 65 anos, tendo por objetivo desenvolver e aprimorar negócios entre o Brasil e Israel, repudia declarações do ex-deputado José Genoíno pedindo boicote a “empresas de judeus” e “empresas vinculadas ao Estado de Israel”. É uma fala, antissemita, que remonta ao começo da perseguição do regime nazista aos judeus, e deve ser repudiada por todos. A fala de Genoíno sem conhecimento dos benefícios desta relação comercial, é também contrária aos interesses do Brasil e da população brasileira. Trata-se de dois países democráticos, independentes, com benefícios comerciais recíprocos.
O comércio bilateral entre Brasil e Israel tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, com claros benefícios aos dois países, tendo esta relação triplicada a balança comercial nos últimos 3 anos.
Produtos e empresas israelenses têm papel fundamental em vários ramos da economia brasileira, como saúde, agricultura, irrigação, tecnologia, segurança, vinculando sim de forma positiva as respectivas empresas brasileiras e israelenses.
Advocar pela interrupção dessa corrente comercial é defender o atraso tecnológico e comercial do Brasil em atividades essenciais de nossa economia e é também contra o bem estar de nossa população.