Da Redação
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No Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, a Federação Internacional do Diabetes (IDF) destaca uma das principais complicações que afetam quem vive com a doença: o pé diabético.
Essa condição, associada ao diabetes, é caracterizada por alterações nos pés, como diminuição da sensibilidade e mudanças no formato, que podem resultar em feridas. Em estágios mais avançados, as feridas podem evoluir para deformidades e até a perda do pé.
A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que atualmente 20 milhões de brasileiros convivem com a doença, sendo que muitos ainda não sabem que têm diabetes, o que pode agravar complicações como problemas cardíacos, renais, neuropatias e até cegueira. Além disso, uma parcela da população está na fase de pré-diabetes, quando há aumento nos níveis de glicose, mas sem alcançar os valores que definem o diagnóstico de diabetes.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a prevalência de diabetes no Brasil é de 10,5%. O cirurgião vascular Afonso Cesar Polimanti, membro da Comissão de Pé Diabético da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular - Regional São Paulo (SBACV-SP), alerta que o principal fator de risco para o pé diabético é o descontrole da glicemia.
"Quando os níveis de açúcar no sangue permanecem elevados por longos períodos, eles podem obstruir os vasos sanguíneos de menor calibre, dificultando o tratamento e aumentando o risco de complicações, como a perda do pé", explica Polimanti.
O médico também orienta que pacientes com diabetes fiquem atentos aos sinais de alerta, como o surgimento de feridas, áreas avermelhadas ou quentes, dor nas pernas ou alteração súbita no controle glicêmico acompanhada de febre. Esses sintomas podem indicar complicações graves que exigem atenção médica imediata.
No início da doença, mudanças na sensibilidade dos pés, como ressecamento da pele, dormência e sensação de queimação, principalmente à noite, são comuns. "Alguns pacientes relatam a sensação de 'perder o chinelo' ao caminhar, pois não percebem quando ele sai do pé", diz Polimanti. Detectar essas alterações precocemente é essencial para evitar problemas maiores e melhorar o controle da saúde.
Entre as principais recomendações de prevenção estão o uso de calçados adequados, com bico largo, sem costuras internas e meias claras, além da hidratação da pele para prevenir rachaduras. Também é importante ter cuidado ao cortar as unhas para evitar ferimentos.
A prática de autoexame diário dos pés pode ajudar na identificação precoce de alterações, como ressecamento e dormência, sinais de alerta para possíveis complicações. Polimanti ressalta que a perda de sensibilidade e alterações no formato do pé podem levar ao desenvolvimento de feridas na planta do pé. Se não tratadas, essas feridas podem se infectar e causar complicações graves, como infecções generalizadas, que podem resultar em amputações.
"É crucial que os pacientes conheçam os cuidados essenciais para identificar essas mudanças precocemente. O risco maior está nas feridas que passam despercebidas, principalmente por afetar a visão", alerta o especialista.
Por fim, Polimanti recomenda a prática regular de exercícios físicos, incluindo atividades aeróbicas, como corrida e ciclismo, e exercícios de força, utilizando o peso corporal ou halteres. Essas atividades são fundamentais para o controle da glicemia e a prevenção de complicações relacionadas ao diabetes.
Crédito: Celina Bernardes