Mídia News
O dia era sábado e meus amigos e eu já havíamos decidido o que fazer: iríamos ao teatro às 20 horas, ver o espetáculo Cabaré aberração e, mais tarde, ao cinema assistir ao filme Venon. No teatro, ficamos impressionados com a tragicomédia montada pelos alunos da MT Escola de Teatro. Figurinos maravilhosos que somados ao cenário criavam um clima buslesco. Tudo estava na medida e alinhavado pela dramaturgia inusitada de Talita Figueiredo. A história era simples: um cabaré habitado por figuras excêntricas e corpos desviantes, como disse sua própria personagem. Mas o que fascinava mesmo eram os temas abordados: machismo, patriarcado, homofobia, violência, preconceito... Lembraram que nosso país é o que mais mata travestis e transsexuais no mundo (e o que mais procura por elas nos sites pornôs. Irônico, não?). Tudo parecia depoimentos sinceros e não texto decorado pelos atores. A peça era um soco no estômago e um grito de desespero. Entretanto, a vida insiste em seguir. E seguimos ao cinema para assistir ao famigerado Venon. Escolhemos tudo o que tínhamos direito ao preço que nos foi cobrado, que inclua óculos 3D e tudo mais.